Há milhares de anos, Moisés, depois de ter libertado o povo israelita da escravidão do Egipto rumo à Terra Prometida, teria criado várias regras de ordem social entre as quais as de saúde onde proibia a carne de porco por alguma razão. Das duas uma; ou ele foi inspirado por Deus sobre a nocividade das carnes vermelhas e suas gorduras que hoje bem conhecemos, ou já conhecia o quanto prejudicial era a carne de porco no seu tempo já que tinha recebido uma educação esmerada desde menino junto do Faraó desde que foi encontrado dentro duma cesta no rio onde se banhava a filha do grande monarca do Egipto.
Huberto Rodden, filósofo e grande espiritualista brasileiro do século XX, percursor da teologia da Libertação, autor de vários livros de auto-conhecimento e auto-realização, estudioso dos fundamentos das Religiões ocidentais e orientais, dá uma explicação cabal e científica para o facto de Moisés ter proibido o consumo de carne de porco ao seu povo, porquanto era e é considerado um alimento ‘imundo’ por ter grande quantidade de germes aeróbios e aneróbios, acrescentando ainda o facto do fósforo da carne suina (ou outra) não ter qualquer afinidade orgânica com o fósforo contido no cérebro humano, contaminando este, dificultando assim um verdadeiro discernimento ou equidade mental e desenvolvimento espiritual.
Logo, faz sentido que a carne de porco tenha sido proibida por Moisés no seu tempo, sabendo-se hoje que é de facto a mais nociva de todas as carnes pelas suas características, embora se tenha tornado a mais consumida no século actual, em especial no mundo ocidental já que os paises islâmicos a evitam por ser condenada pela própria Religião. Porém isso não faz os muçulmanos terem mais santidade que os cristãos nem estes são melhores do que aqueles por falarem de outro Deus e comerem muito porco à refeição.
De resto, foi mesmo Jesus Cristo que condenava o sacrifício de animais (seja quais forem) e até mesmo o seu apóstolo Paulo aconselhava não comer carne de qualquer espécie, por ser contrária à condição humana cujo aparelho digestivo não é de um necrófago ou carnívoro, tão pouco de um “omnivoro” como os porcos, mas sim de um frugívoro-vegetariano que infelizmente foi adulterado ao longo dos séculos até à presente geração. Por isso a Sociedade sofre hoje o reflexo de tanta degeneração.
Efectivamente, o ser humano tornou-se o animal que mais carne consome em toda a Terra, mais do que todos os carnívoros da Natureza juntos, devorando até ás entranhas milhares de seres vivos cujo destino seria de viver e não servir de refeição do ser dito ‘superior’ que afinal não sabe comportar-se como tal e devia ser a tal “imagem e semelhança” de Deus que disse: “Não matarás!”, mas esse mandamento foi desrespeitado até hoje pelos seres ditos 'racionais' que se matam uns aos outros e também os animais.
O homem tornou-se de facto uma espécie violenta, ávida de sangue, a mais perigosa e predadora da Terra inteira, terrivelmente carniceira, que todos os dias mata e esfola milhões de seres vivos no mundo inteiro, criados ou não em cativeiro, para servirem de alimentação.
Esta não é seguramente uma Civilização evoluida e avançada no século XXI, pois precisa ainda “saber comer para saber viver” e nisso terá de haver uma grande Renovação que decerto será feita à medida que virão novas almas e consciências ao Mundo (fala-se das crianças indigo e cristal) que decerto formarão a Nova Humanidade que surgirá pela qualidade depois desta sofrer uma necessária transformação para um novo Ciclo de Evolução. Entretanto já existem milhões de pessoas vegetarianas a mostrar um novo caminho, uma nova direcção.
Por isso, creio que a carne de porco ou outra qualquer deixará de ser consumida nos tempos que correm nem que seja pela força das circunstâncias devido a doenças dos animais e pandemias mundiais que obrigarão a repensar melhor os hábitos de alimentação, pois uma Nova Sociedade se regerá por princípios e valores mais elevados, diferentes dos que se rege actualmente, porquanto haverá mais sapiência e corência e não mais desregramento, sendo a alimentação actual a causa principal de tanto mal e sofrimento.
Deus tinha razão quando no Princípio disse ao homem: “Eis que vos dou toda a erva que dá semente (cereais, vegetais, legumes, leguminosas) e toda a árvore em que há fruto de árvore que dá semente (frutos diversos, oleagniosas, etc.) ser-vos-á para mantimento”... (Génesis – 1: 29)
A Igreja Católica não percebeu esta orientação e por isso tem tantos padres, bispos e cardeais apreciadores de fausta comida, justificando os “pecados da gula” utilizando as palavras de Jesus que teria dito que: “o que condena o homem não é (tanto) o que entra pela boca mas o que dela sai”, deturpando sim esta afirmação que tinha outro sentido que não aquele que leva tantos cristãos a consumir muitos alimentos nocivos à saúde do corpo e da mente, pois Jesus não teria sido tão imprudente a ponto de dizer algo que condenaria tanta gente ao sofrimento pelos erros e maus hábitos de alimentação.
Aliás, é mesmo a Organização Mundial de Saúde que desaconselha cada vez mais o consumo de carnes vermelhas (porco ou outras), as gorduras animais, as bebidas alcoólicas, o tabaco, e apela ao consumo de mais cereais e vegetais, legumes e frutas, água pura natural, que afinal é tudo aquilo que foi destinado ao homem logo desde o princípio para que vivesse e evoluisse de acordo com a sua humana e verdadeira condição.
Isto nada tem a ver com Religião, mas sim com Saúde e qualidade de vida das pessoa num Mundo que se quer melhor, onde todos devemos viver e deixar viver outros seres da Criação. Tão simples como isso...
Pausa para reflexão!
Rui Palmela