quarta-feira, 19 de novembro de 2008

SUBSÍDIO DESEMPREGO É DEMAIS?


Vitor Constâncio, o ainda Governador do Banco de Portugal depois do 'buraco' de 700 milhões de euros no Banco Português de Negócios (agora nacionalizado por causa disso), entre outras coisas onde se tem revelado incompetente nas suas atribuições e cuja demissão é já pedida pela Oposição, aparece agora para falar do Subsídio de Desemprego dizendo que é muito ‘generoso’ pela sua duração e quiçá demasiado elevado para qualquer pessoa que está sem trabalho num país onde se perdeu poder de compra nos últimos anos e milhares de familias passam mal recorrendo ao Banco Alimentar porque já não conseguem fazer face às despesas normais e pagar o crédito à habitação.

Devia ter vergonha, este senhor Vitor Constâncio, que é sempre contra o aumento de salários e tem o seu ordenado faraónico ganhando mais do que o Presidente da Reserva Federal dos EUA (William Pool), pois jamais saberá decerto o que é estar no Desemprego e receber um mísero subsídio que na maior parte dos casos nem dá para alimentar uma familia, enquanto o senhor Governador recebe mais mensalmente do que centenas de trabalhadores juntos. Não é de admirar que queira continuar agarrado ao cargo e não se demita se não for o governo a fazê-lo!

Penso que o senhor Victor Constâncio deveria era preocupar-se mais com os ordenados chorudos de governantes e deputados, além das altas reformas que muitos recebem quando são aposentados. Isso sim, pesa no Orçamento do Estado.

É vergonhosa a sua afirmação condenando o subsídio de Desemprego pela sua durabilidade, dando a entender que os trabalhdores que dele beneficiam se acomodam e não procuram trabalho o mais rapidamente possivel. Porém, "O problema do desemprego longo em Portugal tem outras implicações e precisa de outra análise», afirma Carvalho da Silva da CGTP, concluindo que «há milhares de pessoas que saíram das estatísticas o que indicia muito provavelmente que desistiram de procurar emprego, porque não encontraram alternativas. O problema é do modelo de desenvolvimento da sociedade, de um défice de formação e qualificação de uma geração mais velha», conclui o lider sindical.

A verdade é que o Ministro do Trabalho e Solidariedade Social (Vieira da Silva) já veio a público tranquilizar as pessoas dizendo que nada será modificado e se manterá tudo como está. De resto, a perspectiva de que o ano 2009 vá ser ainda mais dificil do que 2008, devido à crise internacional com o aumento do Desemprego por todo o lado (e Portugal não é excepção), se justificaria sim que o governo fosse mais generoso e aumentasse o subsídio para os trabalhadores desempregados bem como a sua duração.

Pausa para reflexão!

Rui Palmela

6 comentários:

  1. espero que depois de um ano destes as pessoas não se lembrem de votar outra vez neles!

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  2. Tens toda a razão, caro Grifo, espero também que os portugueses saibam dar um valente pontapé no traseiro destes politicos da chamada "maioria" liderado por um José Sócrates que foi o pior governante que tivemos até hoje com toda a sua equipa.

    Abraço.

    Rui Palmela

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  3. Ai este senhor Constâncio!!! Só visto!!!

    Só não ganha mais do que Alan Greenspan porque este senhor já não é o Presidente da Reserva Ferderal dos EUA... Mas ganhava mais do que ele, quando ele era.

    Enfim, estas coisas acontecem no País que temos, que também é constâncio - perdão, contante - nestas tomadas de posição das suas "sumidades."

    Um abraço
    Sustelo

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  4. Tem razão, amigo Sustelo, o actual presidente da Reserva Federal dos EUA é William Pool, obrigado pelo reparo. De qualquer forma referia-me ao cargo que é equiparado naquele país rico em relação ao nosso que é pobre mas onde os senhores governantes e gestores bancários não têm moral nenhuma para acusar trabalhadores no Desemprego a receberem seus subsídios, que afinal descontaram para terem esse direito, além de ser muito inferior ao que ganhavam na sua actividade profissional.

    O meu filho está desempregado há mais de um ano e não consegue arranjar um trabalho compatível com suas despesas familiares fundamentais, só a renda de casa é 600 euros, tem a mulher desempregada e um filho para criar. Recebe um subsídio de 400 e vai fazendo alguns trabalhos eventuais para poder sobreviver. Ele é electromecânico dos comboios da ponte sobre o Tejo onde esteve 8 anos a trabalhar para a Alstom e terminou o contrato. Ganhava bem e sua vida estava estruturada de conformidade com seu ordenado, agora luta com dificuldade.

    O senhor Victor Constâncio devia era ter vergonha na cara ao pretender reduzir ainda mais o subsídio de Desemprego por achar que é muito "generoso" por ter muita duração.

    Abraço

    Rui Palmela

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  5. Tenho 53 anos, sou técnica de contabilidade,tenho formação escolar e profissional.
    Toda a minha vida trabalhei no duro, ou seja sem horários e sem pagamento de horas extraordinárias.
    Sempre cumpri com as minhas obrigações de cidadã, paguei os meus impostos e contribuições para a Segurança Social.
    Perdi o meu emprego há três meses.
    Pela primeira vez estou nesta situação.Esta perda deveu-se a dificuldades financeiras na empresa onde trabalhava. Ultimamente receber o vencimento no final do mês era uma incerteza angustiante.
    Senhor Governador do Banco de Portugal:o senhor não consegue
    avaliar decerto o que é a dor , sim dor ( foi o que senti) de perder o seu unico meio de subsistência, a humilhação e constrangimento das apresentações
    quinzenais na Junta de Freguesia,que comparo com as medidas de coação judiciais "termo de identidade e residência",provavelmente após uma noite mal dormida ou melhor não dormida,não abriu o seu computador às seis horas da manhã para responder a anuncios na procura quase inglória de emprego.
    Um dia com desânimo, porque o que é oferecido em grande parte são empresas de trabalho temporario,
    noutras situações na melhor das hipóteses pedem pessoas cujo limite de idade vai até aos 40 anos(pedem tudo e mais alguma coisa, bacharelatos, dominio de varias linguas estrangeiras, conhecimentos disto e daquilo, e vencimento oferecido...na melhor das hipóteses ronda os 600"euritos" vencimento bruto claro!)
    O senhor não tem ideia do que é
    dirigir-se a uma empresa sem ser convocado, para entregar o seu CV
    de papel na mão a pedir um carimbo
    para apresentar no IEFP quando for
    solicitada a sua comparência.
    Outro dia com esperança porque sem ela não se consegue superar.
    Concerteza se tem filhos, não passou pela angustia de pensar como lhe(s) vai dizer para o próximo ano quando concluir(em) o ensino secundário que não vai haver dinheiro para a faculdade.
    E posto isto pergunto-lhe:
    Porque não desce do seu pedestal e não tenta colocar-se na pele do cidadão comum?
    Penso que com essa experiência iria
    enriquecer-se profundamente como ser humano.

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  6. Depois de ler atentamente todas as palavras aqui confessadas e filosofadas, reavivo os meus parabéns por este magnífico espaço de cultura e de debate, e envio um grande abraço a todos os que fazem deste blog um sítio onde a democracia se sente bem e onde a liberdade gosta de estar…

    Sobre o tema em questão, olho para o senhor Vítor Constâncio e lembro um outro homem, que por acaso até tinha o mesmo nome: homem esse que usava cravos encarnados na lapela, quando falava aos trabalhadores e quando apregoava o seu socialismo; falava da Esquerda, falava dos pobres, falava dos desempregados e falava ainda de muitas outras coisas que este Vítor Constâncio condena ou ignora… mudam-se os tempos mudam-se as vontades dos Vítores Constâncios!

    Gostei de cá estar e prometo voltar em breve!

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