terça-feira, 27 de outubro de 2009

A GASTRONOMIA DOENTIA PORTUGUESA


Num tempo em que se sabe a relação directa entre a comida e bebida e os problemas de saúde originados pelos erros e excessos alimentares das pessoas, a ponto da Organização Mundial de Saúde aconselhar o regresso a uma “Dieta Mediterrânica” onde as carnes e os enchidos e as bebidas alcoólicas sejam reduzidas drasticamente ou mesmo eliminadas da dieta, assiste-se em Portugal a certos programas de rádio ou televisão que prestam um mau serviço público sobre questões de alimentação.

Com efeito, promove-se o oposto da Roda dos Alimentos que se ensina na idade escolar e não é de estranhar que os jovens (e adultos) comam mal e as doenças cardiovasculares, AVC’s, cancro, diabetes e outras, aumentam cada vez mais em Portugal.

As “feiras gastronómicas” e a promoção da “comida regional” leva milhares de portugueses a afastarem-se cada vez mais da “Dieta Mediterrânica” e a saborear pratos de gastronomia doentia à base de carnes, enchidos, alheiras, e tudo o mais bem condimentado de molhos, gorduras e sal, tudo bem regado de vinhos e completado com doçarias de todo o género (conventuais e outras), que só contribuem para agravar o estado de saúde dos portugueses que “cavam a sua sepultura com os dentes”, como alguém dizia.

Efectivamente o número de mortes ou doenças súbitas aumenta em Portugal devido a esta situação, e enquanto vários médicos dão bons conselhos surge o oposto em vários programas de televisão. Até parece que não há interesse em manter a população saudável e aumentar-se assim o número de obesos, diabéticos, hipertensos, etc., tal como se verifica neste país onde os hospitais estão cheios e as listas de espera para internamentos aumentam, revelando um povo doente que podia ser mais saudável se a dieta alimentar também o fosse.

Mas há os sentem orgulho de ser um “bom garfo” e até dizem: "perdoa o mal que faz para o bem que sabe"... diferente daquela filosofia que diz: "come para viver, não vivas para comer".

Enfim, há interesses económicos que falam mais alto e as pessoas não se sabem defender da propaganda ou publicidade enganosa que passa diariamente na rádio e televisão apresentando produtos ou alimentos sobre os quais devia haver regras do Ministério da Saúde que devia zelar mais pela saúde da população.

Fica por aqui,

Pausa para reflexão!

Rui Palmela

2 comentários:

  1. António Carlos27 outubro, 2009

    De acordo. Eu estava a ficar um pouco para o gorducho e resolvi, tão simplesmente, reduzir a dose e evitar os excessos de carne, gordura e doces. Não me privo de nada mas evito o exagero. Sem dieta já me sinto melhor.Vou aumentando a quantidade de salada e diminuíndo a carne e molhos. Ainda não chega mas "devagar se vai ao longe" e "mais vale tarde que nunca".

    É complicado, principalmente para os jovens, que são constantemente bombardeados com a promoção da "liberdade" e da "necessidade" que está na moda de ser independente. Imitam os ícones estúpidos desta época consumista estúpida em que se valoriza mais o parecer do que o SER. A estúpidez maior é que deixam de parecer o que são - jovens - para serem o que não deviam e parecerem o que não queriam...

    Resumindo, quem tem demais não dá valor a nada.

    Abraço

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  2. Há quem diga que o que se leva desta vida são os gozos e prazeres sensoriais da comida, bebida e sexo.

    Lembro-me das palavras de Jesus Cristo que comparava muita gente aos suinos dizendo aos seus discípulos para não atirarem "pérolas aos porcos". Hoje percebo cada vez mais o sentido da sua afirmação, pois efectivamente muita gente só pensa em comer, beber e fornicar, como os porcos...

    Aliás, muitos por comerem tanta carne de porco, seus corpos até deformam e ficam parecidos com os animais, gordos e anafados, cuja carne é das mais nocivas e por isso mesmo considerada imunda nos textos bíblicos.

    Enfim, o pior de tudo é a ignorância da população, que persiste apesar de já haver muito esclarecimento sobre saúde e nutrição.

    Mas... como muita gente diz que "o melhor que se leva desta vida" é o que comer e o beber (mesmo que exageradamente e tantos sucumbam pelo "pecado da gula"), então só resta observar os comilões e beberões e deixar o tempo passar e cada um tire suas conclusões.

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