sábado, 20 de março de 2010

A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS


Volta a ser noticia a violência nas escolas onde a indisciplina dos alunos e perca de autoridade dos professores faz acontecer aquilo que os pais portugueses e povo em geral não aceita num país que se quer melhor e mais civilizado.

O fenómeno “bullying” (palavra que designa violência fortuita e persistente sobre alunos ou professores) tem surgido como uma nova ameaça que faz suas vítimas ao ponto de se suicidarem, como aconteceu com um menino de 12 anos da escola de Mirandela que se lançou ao rio Tua; e um professor de 51 anos duma Escola em Sintra que se lançou da Ponte sobre o Rio Tejo deixando um bilhete escrito referindo seus motivos.

Outros casos lamentáveis têm acontecido nas escolas um pouco por todo o lado, de norte a sul do país, com alunos sendo agredidos nas salas de aula e também professores que chegam a receber tratamento hospitalar.

Mas afinal o que é que se passa no meu país?

O Ministério da Educação só agora ‘despertou’ para esta realidade para a qual contribuiu nos últimos anos com suas politicas (des)educativas e falta de segurança nas Escolas, denunciadas de resto nos órgãos de Comunicação Social a quem devemos agradecer seu papel de maior interventor do que o governo, obrigando este a debruçar-se melhor sobre esta questão e tomar medidas preventivas para controlar a situação.

Penso que os jovens mal comportados deviam ser severamente penalizados e seus pais responsabilizados pelo comportamento dos filhos nas Escolas que deviam servir para formar homens e mulheres futuros, tornando-os melhores, não o contrário.

É precocupante de facto tudo o que se está a passar no meu país e no mundo em geral que parece ter enlouquecido, caindo na maior Crise de valores sem precedentes, a começar por aqueles que deviam ser os primeiros a dar bons exemplos de Educação (os Politicos) que vivem em constante conflito uns com os outros, alimentando guerras e dissenção, contribuindo grandemente para toda esta situação.

Cada vez mais tenho a certeza que os hábitos alimentares errados dos seres humanos engendra comportamentos violentos, havendo mesmo uma comprovação cientifica (feita numa cadeia de alta segurança nos EUA na década de 80) que corrobora a minha afirmação.

De resto, Hipócrates (o Pai da Medicina) já dizia no seu tempo que “Somos o que comemos e bebemos”, sendo nosso comportamento e temperamento influenciado pelos alimentos que ingerimos, tornando-nos melhores ou piores em tudo o que fazemos. “Diz-me o que comes e dir-te-ei quem és”, dizem os verdadeiros sabedores de psicologia alimentar que deram seu bom contributo em conhecimentos que melhorariam os comportamentos humanos mas infelizmente ainda não foram levados em atenção.

Os pais macrobióticos, por exemplo, sabem controlar o temperamento de seus filhos pelos alimentos mais Yin ou mais Yang, sendo a cozinha o maior laboratório onde se combinam ingredientes mais activos ou passivos, cujos efeitos são desconhecidos ainda pela maioria das pessoas que apenas se preocupam com os sabores e não se fazem bem ou mal à saúde ou se interferem ou não, negativamente, no nosso estado geral.

A verdade é que as crianças ingerem, na maior parte das vezes, alimentos ‘explosivos’ que originam também um temperamento explosivo e isso sabemos pelas hipercalorias consumidas diariamente, a par de produtos de origem animal que as torna hiperactivas ou violentas e todos pensam que isso é ‘normal’.

O mesmo se passa com os adultos, pois é um facto que a ingestão de alimentos perniciosos torna os homens mais irrascíveis e com comportamentos violentos, de tal forma que o próprio Leon Tolstoi dizia: “Se toda a Humanidade fosse vegetariana eram impossiveis as guerras” e Albert Einstein, o grande cientista e humanista do século XX, concluiria seu raciocínio dizendo: «A maneira vegetariana de viver, por seu efeito puramente físico no temperamento humano, exerceria uma influência benéfica sobre toda a Humanidade»...

Talvez se deva começar pois por uma Educação Alimentar para formar melhor a personalidade de cada cidadão... O resto vem por acréscimo!

Pausa para reflexão!

Rui Palmela

8 comentários:

  1. Gostei do que li sim. És um homem às direitas, e até acredito sim, que cada um é conforme aquilo que come. Mas os paizinhos também têm muita culpa da pouca educação de seus filhos.
    "É de pequenino que se torce o rabo ao pepino"... mas não... deixam-nos fazer tudo, e depois eles crescem e já não têm mão neles.
    Feio é o futuro deste mundo.

    Um abraço
    Bia

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  2. Li num jornal que a senhora ministra da Educação está contente. E, quando os nossos governantes estão contentes, é como se um sol raiasse nas nossas vidas.

    E está contente porque, segundo afirmou, a violência nas escolas portuguesas, afinal, não existe.

    Ao que parece, andamos todos numa de paz e amor, lá fora é que as coisas tomam proporções assustadoras, os nossos brandos costumes continuam a vingar nos corredores de todas as EB, 2/3, ou como é que as escolas se chamam agora. Tenho muita pena de que os nossos governantes só entrem nas escolas quando previamente se fazem anunciar, com todas as televisões atrás, para que o momento fique na História. É claro que, assim, obrigada, também eu, anda ali tudo alinhado que dá gosto ver, porque o respeitinho pelo Poder é coisa que cai sempre bem no coração de quem nos governa, e que as pessoas gostam de ver em qualquer telejornal.

    Mas bastaria a senhora ministra entrar incógnita em qualquer escola deste país para ver como a realidade é bem diferente daquela que lhe pintaram ou que os estudos (adorava saber como se fazem alguns dos estudos com que diariamente se enchem as páginas dos jornais) proclamam. É claro que não falo daquela violência bruta e directa, estilo filme americano, com tiros, naifadas e o mais que houver.

    Falo de uma violência muito mais perigosa porque mais subtil, mais pela calada, mais insidiosa.

    Uma violência mais "normal".

    E não há nada pior do que a normalização, do que a banalização da violência.

    Violência é não saberem viver em comunidade, é o safanão, o pontapé e a bofetada como resposta habitual, o palavrão (dos pesados?) como linguagem única, a ameaça constante, o nenhum interesse pelo que se passa dentro da sala, a provocação gratuita ("bata-me, vá lá, não me diga que não é capaz de me bater? Ai que medinho que eu tenho de si?", isto ouvi eu de um aluno quando a pobre da professora apenas lhe perguntou por que tinha chegado tarde?)

    Violência é a demissão dos pais do seu papel de educadores - e depois queixam-se nas reuniões de que "os professores não ensinam nada".

    Porque, evidentemente, a culpa de tudo é sempre dos professores - que não ensinam, que não trabalham, que não sabem nada, que fazem greves, qualquer dia - querem lá ver? - até fumam?

    Os seus filhos são todos uns anjos de asas brancas e uns génios incompreendidos.

    Cada vez os pais têm menos tempo para os filhos e, por isso, cada vez mais os filhos são educados pelos colegas e pela televisão (pelos jogos, pelos filmes, etc.). Não têm regras, não conhecem limites, simples palavras como "obrigada", "desculpe", "se faz favor" são-lhes mais estranhas do que um discurso em Chinês - e há quem chame a isto liberdade.

    Mas a isto chama-se violência. Aquela que não conta para os estudos "científicos", mas aquela da qual um dia, de repente, rompe a violência a sério.

    E então em estilo filme americano.

    Com tiros, naifadas e o mais que houver.

    Alice Vieira escreve no JN, quinzenalmente, aos domingos

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  3. existe por parte dos políticos , dos governos dos últimos 36 anos, PS e PSD, uma tentativa de agradar ao povo, não penalizando os alunos e não responsabilizando os pais dos alunos , estas medidas através de 36 anos resultaram numa anarquia onde os alunos tudo podem , tudo mandam e tudo fazem , no entanto, quando algo corre mal os infractores(alunos) são sempre os protegidos. o problema da violência nas escolas , do "bullying" e dos maus comportamentos escolares, tem como principal culpado , o povo, que é boçal e ignorante. é hora de pedir contas ao povo pelas escolhas que fez durante 36 anos.

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  4. Olá meu Querido, como estás?

    o problema está muito para lá das escolas... falta tudo nesta sociedade, mas escolas existem a mais!

    sou contra o formato escola! nao resulta, é parco e deficiente a tantos niveis... dá um olhinho ;)

    http://azulsorrindo.blogspot.com/2010/03/bullying-um-espelho-social.html

    Beijo Grande e até ao proximo encontro matinal :)
    Blue

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  5. Concordo tb com os comentários acima. Principalmente no quesito 'responsabilidade dos pais'.

    Por 15 anos lecionei em colégio particular aqui no Brasil, e sinceramente via que a maior dificuldade não era lidar com os alunos, mas muitas vezes, com os seus pais.
    Sabemos que há 'escolas' e 'Escolas", assim como "professores" e "Professores" e isso independe se são estabelecimentos de ensino particulares ou não.

    Mas a questão é que a grande maioria exime-se de sua responsabilidade, cobrando erroneamente da instituição educacional, um papel que deveria ser exercido por eles: "pais".

    Por N motivos, deixam de dar a devida atenção a fase principal da infância (que vai de 0 a 7 anos, quando da formação da personalidade, por isso a importância no que tiver que ser passado de valores, etc), substituem o que deveria ser um tempo de qualidade com seus filhos, por presentes fora de época, jogos eletrônicos, brinquedos tecnológicos, fazem-lhes todos os gostos, e pior de tudo, não dizem NÃO, não trabalham os "limites" em casa. Aliás, muitos pais não têm paciência e nem competência em ensinar seus filhos, então são vencidos facilmente, pela insistência da criança, permitindo que consigam o que desejam batendo os pézinhos mimados.

    Assim, crescem acreditando que podem "tudo" , uma vez que seus pais não os prepararam para o mundo, para viver em sociedade, para respeitar as diferenças e toda forma de vida, aos mais velhos, etc.

    Por outro lado, ao governo (e isso não é só "privilégio" de teu país), principalmente em época de eleição, parece que só interessam propagandas e campanhas políticas em que apareçam crianças sorrindo, comendo a merenda e professores 'aparentemente' realizados. Mas negam e nem entendem da realidade dentro e uma sala de aula, onde hj professor apanha de aluno.

    Sem a base familiar dentro de casa, somado a todo tipo de informação a que têm acesso qualquer criança facilmente hj em dia (TV, internet, etc), sem o pulso firme muitas vezes das escolas, que não penalizam adequadamente os que praticam o bullying, então infelizmente este comportamento vêm aumentando, e pior, de crianças tornam-se adultos, que por consequência, tb acham que "podem tudo".

    Sinceramente, não sei qual a solução para este mal que já assola muitos países, (inclusive no Brasil) e para essa nossa era de valores tão deturpados e invertidos.
    Se não há uma cultura de paz, se não há um trabalho conjunto entre a escola e os pais, e principalmente, se não há Amor fraterno,.. então não sei mesmo o que será destas crianças, e nem de nós mesmos, uma vez que elas serão nossos governantes de amanhã: 'médicos, professores, advogados,' etc.

    Mais uma vez, um artigo importante e de grande necessidade a reflexão.

    Beijo no coração, meu querido amigo de além mar,

    Lucy

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  6. É isso, meus queridos amigos, todos vemos claramente onde está o mal que os (des)governos não enxergam por não quererem dar-nos razão. Eles sabem de resto que são grandes responsáveis pela desautorização dos professores e indisciplina dos alunos nas escolas com esta "democracia" onde vivemos em que se invertem valores fundamentais e os jovens não têm referências nem no país nem nos próprios pais.

    É como diz a Lucy Sem Fronteiras (digo sem papas na lingua rsss) "a base familiar dentro de casa, somado a todo tipo de informação a que têm acesso, qualquer criança facilmente hj em dia (TV, internet, etc), sem o pulso firme muitas vezes das escolas, que não penalizam adequadamente os que praticam o bullying, então infelizmente este comportamento vêm aumentando, e pior, de crianças tornam-se adultos, que por consequência, tb acham que "podem tudo"... Como de resto vêm os mesmos exemplos de politicos Corruptos que tudo fazem sem consequências... Certo?


    Confesso que preferia uma 'ditadura' (de valores) que fossem melhor remédios para haver paz e segurança nas escolas e no país onde infelizmente prospera a anarquia e a permissividade em nome duma famigerada 'liberdade'.

    Esperemos que não seja tarde demais quando os governantes acordarem de sua inércia ou irresponsabilidade.

    Grato pelos vossos comentários, queridos amigos, e para ti minha e linda Lucy, vai o meu beijo do coração.

    Rui Palmela

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  7. Vivemos numa sociedade em que as crianças são deixadas nas escolas a maior parte do dia, sem atenção dos pais, que muitas vezes desconhecem os filhos que têm, e o que fazem, enquanto eles estão no trabalho.
    A violência é fruto da negligência a que estas crianças são votadas. Dos jogos do pc e consolas violentos, que na maior parte das vezes os pais desconhecem. Da tv violenta e perniciosa. Admiram-se que sejam revoltadas e despojadas de valores?!

    Além disso, grande parte da culpa também é dos professores, que muitas vezes se calaram e calam, sobre a indisciplina reinante em suas salas, para não se mostrarem como "fracos"! Fraqueza, para mim, é ficarem subjugados aos comentários alheios, em vez de tentarem resolverem frontalmente os problemas.

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  8. Vivemos um regime de muita permissividade, querida amiga Fernanda, onde se confunde liberdade com libertinagem e onde os exemplos faltam de cima.

    Tens razão também no que dizes sobre a falta de atenção familiar aos filhos que hoje em dia têm maior acesso a coisas que deveriam ser melhores para sua educação, mas infelizmente não são. Há mesmo muita banalização da violência em jogos de computadores onde quem mais mata maior pontuação tem como prémio.

    A competição entre os jovens é enorme e negativa, reflectindo aquilo que vem dos vários quadrantes da nossa Sociedade onde a violência existe nas discussões politicas, nos presidentes dos clubes de futebol, nas lutas reivindicativas dos trabalhadores entre sindicatos e patrões, etc., e todos temos nossa quota parte de culpa por estarmos deixando aos jovens e nossos filhos um mundo imundo, abandonando-os à sua sorte.

    Um dia seremos julgados por eles, maldizendo-nos pela herança de uma Sociedade cheia de nada.

    Um abraço

    Rui Palmela

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