Vivemos num tempo em que várias manifestações de protesto ou intenções de sensibilização para diversas causas são feitas com base na nudez a que seus participantes se expõem nas ruas achando talvez que desse modo conseguem mudar alguma coisa para tornar o mundo melhor.
Pessoalmente não creio que esse seja o modo mais correto ou pedagógico de ensinar alguma coisa boa às pessoas numa Sociedade cada vez mais permissiva que vive cheia de contradições começando por aqueles que protestam e se acham mais éticos ou evoluidos tentando modificar as populações. Desse modo conseguem apenas criar mais resistências e ficando em conflito com as normas estabelecidas que não permitem alguns abusos ou prevaricações.
Foi o que aconteceu no passado fim de semana em Lisboa, dia 26 de Junho, onde um grupo de ciclistas pretendia ‘promover’ o uso da bicicleta pedalando nus pela cidade mas foram impedidos de fazê-lo desse modo pela PSP que exigiu um mínimo de indumentária para que pudessem circular livremente desde a Praça Marquês de Pombal até à Torre de Belém.
A mensagem era “pedalar pelo ambiente, por uma cidade mais ciclável e com menos CO2”... diziam os organizadores que talvez queriam mais divertir-se desse modo à sua maneira, gostando de passear nus em grupo em tempo de verão, buscando novas sensações, do que propriamente cultivar alguma ideia de defesa pelo meio ambiente que dispensaria o despudor ou provocação no seio da população, tendo mesmo ficado irritados e acusado o país de ser hipócrita só porque tem regras e leis que se devem cumprir em qualquer situação.
O mais estranho foi o governo civil ter autorizado a manifestação dos ciclistas nudistas que a PSP proibiu e só permitiu que circulassem com alguma roupa vestida se quisessem pedalar pelas ruas de Lisboa. E nestes casos é óbvio que as opiniões se dividem sempre, uns a favor, outros contra, nada se conseguindo verdadeiramente do objectivo de se “reduzir CO2” na atmosfera mas sim ‘chocar’ em vez de ‘sensibilizar’ as populações.
Doutro modo, não faz sentido que seja proibido fazer nudismo nas praias públicas (havendo locais específicos para o fazer e só lá vai quem quer) e fosse permitido fazer nudismo pelas cidades de bicicleta onde muitos confundem ainda o conceito de ‘liberdade’ promovendo alguma leviandade. Não é disso que se precisa e sim mais senso de ética e integridade.
Por fim, se os protestos de rua contra a injustiça e desigualdade social, o desemprego, a tirania, etc., poderão ter mais impacto se todos caminharam nus reclamando um mundo mais justo e verdadeiro, talvez essa mensagem passe e chegue mesmo ao mundo inteiro. Eu por outro lado o farei sempre sim, desde há muitos anos, investido de minhas ideias diárias sem a nudez que muitos apreciam ou julgam necessária para haver no planeta uma grande mudança ou Transformação.
Rui Palmela
assim se vê os portugueses....lá fora quando o protesto é para fazer nu faz-se...por cá chega o policia de giro e diz: eh pah isso é priobido...e todos se vestem rapidinho....das duas uma, ou não faziam a manifestação ou então faziam mas nus...nem que fossem todos presos....nós os portugueses só temos o que merecemos...até não sei porque não abusam mais de nós....
ResponderEliminarConcordo até certo ponto com o que diz, caro António, ou faziam tudo tal como estava programado, assumindo a sua nudez mesmo que fossem todos presos, ou desfaziam a manifestação na rua e iam todos para um local onde pudessem conviver à vontade sem 'chocar' ninguém. Já agora, gostaria de saber a opinião de certos jovens se vissem sua mãe, pai ou irmã, pedalando nus nesse desfile de "ciclistas da liberdade" que se sentem tão à vontade em algo que é do âmbito de nossa própria privacidade!
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