segunda-feira, 5 de setembro de 2011

OS "EGO-PLENOS" E OS "EGO-VACUOS"



O grande filósofo espiritualista brasileiro, Huberto Rhoden, autor de vários livros entre os quais O Homem e o Universo, Profanos e Iniciados, etc. define dois tipos de pessoas na sua passagem por este mundo, considerando “ego-plenos” aqueles cheios de conhecimentos em que não cabe mais nenhum outro que não seja o seu.  E os “ego-vácuos” são aqueles que sabendo muito ou pouco estão sempre aptos ao aprendizado e desse obtêm maior sabedoria ou entendimento do que os primeiros.

Rhoden sabia bem o que dizia e exprimiu seu pensamento livre em mais de 100 obras publicadas ao longo da vida e que inclusivamente eram lidas em segredo pelos que estando ligados à Igreja Romana estavam impedidos de fazê-lo sob pena de serem ‘excomungados’, tal como teria sido o próprio filósofo durante sua carreira eclesiástica, graduado em Ciências, Filosofia e Teologia, tendo-se demarcado do Poder de Roma seguindo a luz da Verdade.

Como sempre, estes homens, pensadores livres, andam um pouco contra a corrente e são confrontados inúmeras vezes com os “ego-plenos” deste mundo, os tais a quem não se deve deitar ‘pérolas’ que se perdem irremediavelmente debaixo dos seus pés, pois seus cérebros estão repletos de tanto saber ou erudição que bloqueiam nas coisas mais simples que são reveladas por Deus ao coração.  De resto, por alguma razão Jesus dizia numa oração: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas (da verdade) aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”... os mais humildes.

A humildade é de facto a única condição essencial para se alcançar a verdadeira Sabedoria, e essa já a possuia o grande filósofo grego da Antiguidade (Sócrates) que dizia: “só sei que nada sei”...  por ser um “ego-vácuo”.

Cabe aqui uma certa conversa que tive com alguém que não gostou do que pensei e comentei sobre um determinado tema publicado numa página do Facebook, (uma rede social ou  espaço público onde se fala de tudo, desde a vida privada até ao “fim do mundo” em 2012) ali fui considerado pela mesma pessoa um julgador nato pelo facto de agitar  consciências e ferir susceptibilidades com assuntos que no seu entender eu devia ficar calado ou não me debroçar sobre eles do modo (aberto) como o faço. Talvez o meu interlocutor (mais ‘evoluido’ ou ‘espiritualizado’ do que eu) tenha razão, mas tal como o grande filósofo brasileiro H.Rodhen todos somos livres de expressar nosso pensamento, mesmo que seja  contra a corrente, e isso eu o faço movido de pura intenção, pouco importando que muitos gostem ou não.

De resto,  “ai do homem por quem todos disserem bem” (dizia Jesus), pois são esses que não se definem, não sendo carne nem peixe, sendo ‘mornos’ ou insossos, nada fazendo nem dizendo face aos acontecimentos do mundo, julgando mal até quem o faz pelos métodos que não são os seus, achando talvez que eu devia simplesmente omitir-me ou não manifestar-me publicamente dizendo o que penso  verdadeiramente. 

Pois não é essa a minha opinião e assim saudo todos os homens e mulheres livres de pensamento, alma e coração, que são lutadores e formadores de opinião, fazendo seu trabalho pelo bem e pela verdade, não visando a recompensa de nenhum céu nem temendo as chamas de algum inferno, sendo justos e verdadeiros,  fazendo o seu melhor por um mundo melhor, onde haja paz e mais amor. 

Portanto, voltando ao princípio desta questão, não façamos como os “ego-plenos”  nem nos perturbe seus juizos ou julgamentos e façamos o que acharmos bom enquanto é tempo pelo bem do mundo e da Humanidade. Acima de tudo sejamos conscientes e coerentes à luz do que somos e fazemos aqui, acreditando no Deus da Vida e da  Eternidade.

Rui Palmela


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