quarta-feira, 16 de maio de 2007

TAUROMAQUIA, ATÉ QUANDO?



Todos os anos se repetem, por altura do verão, os tradicionais espectáculos tauromáquicos promovidos por canais de Televisão, inclusive por uma Rádio da Igreja Católica (a RR) que seria suposto ter uma filosofia mais cristã, contrária à violência sobre qualquer animal, e cultivar o respeito pela Natureza e pela vida de todos os seres da Criação.
A barbárie dos toiros de morte em Barrancos, por exemplo, é a maior vergonha nacional desta 'cultura' sanguinárea numa pacata vila alentejana (próxima de Espanha) onde se repetem todos os anos actos ignóbeis de crueldade em plena praça pública, frente à Igreja, onde se matam vários toiros depois de massacrados, torturados, vilipendiados e por fim despedaçados, tudo em nome de "Nª Srª da Conceição" e a Igreja não reprova isso, cometendo pecados de omissão.

De resto, há (ou havia), uma directriz papal que considera as touradas "espectáculos demoníacos" onde se proibe (ou proibia) a participação de membros da Igreja nestes actos pagãos, mas tal não acontece hoje como sabemos porque algumas figuras religiosas do meu país são favoráveis a estes espectáculos violentos e sangrentos, pois cheguei a ver o próprio pároco de Barrancos (já falecido) a encabeçar uma manifestação popular a exigir a famigerada “lei de excepção” que depois foi aprovada na Assembleia da República por políticos sem cultura ou sem vergonha que deram a possibilidade ao povo barranquenho de continuar a cometer a barbárie de matar toiros como sua “tradição”.

Enfim, é lamentável de facto que em pleno século XXI, quando há mais consciência e entendimento das coisas do bem e do mal, haja ainda países como Portugal, Espanha, México etc., que cultivam o espectáculo de origem romana que foi deixado na Península Ibérica por 8 séculos de ocupação. E a verdade é que as pessoas ainda hoje se divertem nesse romanismo de aplaudir ignóbeis e tristes cenas praticadas dentro das arenas.

Mais lamentável ainda, é o facto de se permitir a presença de crianças de pouca idade (4, 5 anos) a assistir a esses espectáculos ao vivo, como vi nas imagens televisivas que a TVI transmitiu no dia 7-8-2005, onde uma menina de pouca idade batia palmas juntamente com os adultos que ao ritmo da fanfarra estimulavam a mulher cavaleira que exibia mais um ferro aguçado pronto para ser cravado nas costas do animal todo ensanguentado que já tinha tantas outras que ela tinha espetado. A mulher moderna, já passou a imitar também o homem nesta brutalidade.

Lembro entretanto o que diz a própria UNESCO a respeito das touradas na sua Declaração de 1980: "A Tauromaquia é a terrível e venal arte de torturar e matar animais em público, segundo determinadas regras. Traumatiza as crianças e adultos sensíveis. A tourada agrava o estado dos neuróticos atraidos por estes espectáculos. Desnaturaliza a relação entre o homem e o animal, afronta a moral, a educação, a ciência e a cultura"...

Subscrevo completamente a Declaração da UNESCO e também as palavras de alguém que dizia: "A corrida de touros é um jogo sujo onde o touro é o único animal honesto"... Sim, porque até nos próprios bastidores das arenas passam-se coisas que a maioria das pessoas desconhece e que uma Associação Animal já denunciou publicamente de forma panfletária, revelando aquilo que devia envergonhar todos os aficionados ou amantes da tauromaquia.

Lembro por fim, umas palavras insensatas duma certa senhora bióloga (Drª. Clara Pinto Correia), que numa entrevista defendia em tempos a 'cultura' das touradas e dos toiros de morte em Portugal, num artigo que li e onde ela se lembrava também de ter visto, quando era jovem, cabeças de toiros cortadas e colocadas numa bandeja na Ilha dos Açores, terminando por dizer nessa entrevista que: "a gente tem cabeça para pensar, a gente tem discernimento, ou não tem?"

AI NÃO TEM NÃO!!!, digo eu!




PAUSA PARA REFLEXÃO!
Rui Palmela

3 comentários:

  1. Realmente e verdade! exelente blog!!! continua a postar novas noticias, nao ligues aquelas pessoas que discordam com os factos.

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  2. Obrigado pelo apoio, caro Pedro, é preciso de facto combater este tipo de espectáculos no nosso país em pleno século XXI que parece estar ainda na época medieval em vez de progredir para uma Nova Era Universal.

    Abraço.

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  3. Estas brutalidades denunciadas nestes textos para consubstanciar os conteudos literarios dos textos são pedagogicos pois reforçam os sentimentos de protesto e revolta contra esta forma de brutalidade que os humanos cometem contra os animais.
    O verdadeiro inferno é a vida dos humanos na Terra, não há outro que se equipare. È imposssível imaginarmos um lugar ou uma sociedade mais desumana, mais diabólica do que esta presente Raça Humana. O mal e o Bem se conjugam para formar o Super mal.
    O Bem entre aspas porque existe a aparencia do bem que encobre terríficas formas de mal.

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