sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A TAXA DE ROUBO NO PAIS


No Jornal de Notícias de 17 de Agosto de 2009, vem publicado um artigo de Mário Crespo que diz assim:

“Os técnicos do Instituto Nacional de Estatísticas têm que criar mais um índice: A Taxa de Roubo. Um indicador destes devia ser periodicamente elaborado e divulgado em conjunto com os níveis do desemprego, de inflação ou do Produto Interno Bruto (o PIB) incluida no conjunto das funções estatísticas que já compilamos. Teriamos uma imagem muito mais clara do Estado da Nação.

Se houvesse Taxa de Roubo, os noticiários da semana passada, para além dos números do PIB e do Desemprego, teriam incluido que no primeiro trimestre a Taxa de Roubo em Portugal se tinha mantido entre as mais elevadas do mundo industrializado. Os analistas podiam depois ir à TV para nos desagregar a Taxa de Roubo (TR) nos seus componentes mais expressivos, o NSP (Nível de Sonegação Pura), que inclui tudo o que seja trocas em dinheiro vivo em malas, e o GDC (Grau de Desfalque Contabilizável), que descrimina os montantes em Off Shore e os activos já transformados (quintas, apartamentos, carros, barcos e acções não cotadas na Bolsa que valorizem mais de uma centena de pontos em recompra).

Assim, ao sabermos que já temos mais de meio milhão de desempregados e que a economia nacional continua a soluçar em níveis anémicos, ficariamos a saber também que o grau de gatunagem nacional (GGN) continua intocado e que, apesar da crise, de facto, a nacional roubalheira subiu em termos homólogos quando comparada com trimestres passados. Ficariamos a saber, que a volumetria de roubo em Portugal é das mais imponentes da Zona do Euro e que, contrariando o pessimismo de Pedro Ferraz da Costa quando disse ao Expresso que Portugal não tinha dimensão para se roubar tanto, há perspectivas para a Taxa de Roubo continuar a crescer.

A insistência do Partido Socialista nos mega-projectos que, antes de começar já assinalam derrapagens indiciadoras de que a componente PPF (Pagamentos a Partidos e Figurões) vai crescer muito, é uma garantia de uma Taxa de Roubo que rivaliza com qualquer “democracia africana” ou sultanato levantino. No PSD, a presença de candidatos com historial em posições elegíveis e em ternurenta proximidade com a líder, sugere que as boas práticas que têm sustentado a Taxa de Roubo vão continuar nos eventuais Ministérios de Ferreira Leite.

Neste ambiente de bagunça ideal, em que se juntam as possibilidades de grandes obras públicas com o frenesim eleitoral, os correctores podem mesmo, à semelhança do que se passa no mercado de capitais, criar valor com futuros baseados nos potenciais de subida de Taxa de Roubo Portuguesa. Por exemplo, a inclusão de António Preto (indiciado pela justiça) nas listas do PSD funciona como uma espécie de colateral de garantia de que os fluxos de dinheiros partidários continuam com todas as perspectivas de crescimento.

Mudam as malas, mas continua tudo na mesma. Pode-se pois criar à confiança um produto derivado colateralizado de alto rendimento e risco relativo, porque os dois grandes partidos obviamente confiam que a ingenuidade do eleitor português se mantenha.

Julgo que, tal como Ferraz da Costa, também Henrique Medina Carreira foi excessivamente prudente ao comparar o Portugal político a um “grande BPN”. Acho que com o TGV, auto-estradas, Freeoport e acções não cotadas da Sociedade Lusa de Negócios a render lucros de centena e meia de pontos, Portugal é uma “holding” de rapinagem que faz o que se passou no PBN parecer a contabilidade de uma igreja mórmon”.

Fim de citação e meus aplausos para Mário Crespo pela sua coragem de chamar às coisas pelos nomes.

O meu comentário sobre o assunto resume-se apenas a isto: NÃO ACREDITO QUE OS HOMENS SE EMENDEM E TENHAM MAIS JUIZO DEPOIS DA CRISE MUNDIAL, ANTES PELO CONTRÁRIO, QUEREM RECUPERAR O ‘TEMPO PERDIDO’ E VÃO CONTINUAR A VIVER NA MESMA CONTRA A LEI E DUMA FORMA IMORAL. Por isso...

Só creio nas Forças da Natureza e num “Juizo Final”.

Rui Palmela

4 comentários:

  1. Antonio Maria Claret Soares de Marialva29 agosto, 2009

    QUERIDO AMIGO RUI.

    Vejo que também astas indignado e revoltado com os "Vampiros de Almas"!

    Aquí no Brasil, pode-se multiplicar algumas vezez mais o que ocorre aí na "Terrinha" mas com uma atenuante, posto que o Brasil é um país com inúmeras misturas raciais e de culturas que ainda não formaram um perfil preciso de um povo como acontece na Europa, tendo por isso, o brasileiro um arquétipo sem um esteriótipo definido.

    ao ler seu artigo, sinto-me enojado
    ao ver humanos (ou protótipo) darem tanta importância ao dinheiro
    que serão enterradas com seus cadáveres verminosos e de dada adiantará toda a riqueza. A ignomínia chega a tal ponto que esses semi-humanos sem escrúpulos, ainda comparecem em Igrejas Católicas, Sinagogas, Mesquitas e outras, para louvarem seus deuses mentindo para eles mesmos. Será isso burrice, imbecilidade, ou simplesmente uma hipocrisia deslavada.
    Quanto a mudanças, acredito que vai
    mudar em breve, pois "o feitiço se volta contra o feitiçeiro" e na minha profissão (Agente do Estado) tenho visto acontecer perderem seus filhos por acidentes, drogas,crimes sem sentido, doenças mortais, etc. Esses (senhores do mundo) ou Senhores do Inferno), só não enxergam o óbvio: Que ELES são
    quem provocam essas desgraças a seus próprios filhos. Nem Deus e nem o Diabo têm parte nisso.

    Grande abraço, Rui.

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  2. "Esses (senhores do mundo) ou Senhores do Inferno), só não enxergam o óbvio: Que ELES são
    quem provocam essas desgraças a seus próprios filhos. Nem Deus e nem o Diabo têm parte nisso".


    Estou plenamente de acordo com a tua conclusão, caro amigo António Marialva, pois tudo o que a Humanidade colhe é o resultado de tudo o que tem semeado, pois todos somos culpados por darmos poder a essa gente que nos faz mal e a seus próprios filhos.

    De resto, quanto ao que se passa aqui em Portugal (ou aí no Brasil), diz o velho ditado que "cada povo tem o governo que merece"...

    Penso que me entendes!

    Um abraço fraternal.

    Rui Palmela

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  3. Nita Ferreira30 agosto, 2009

    O meu aplauso a Mário Crespo, o meu aplauso a Medina Carreira, o meu aplauso a ti Rui, por chamares também os bois pelos seus nomes.

    A roubalheira, a corrupção, a mentira, o faz de contas tomaram conta do nosso país.

    Então, saiamos da letargia e da alienação dos futebóis e gripes que pretendem e efectivamente conseguem distrair-nos a atenção e abramos os olhos para a gravidade dos problemas que afligem o país.

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  4. Obrigado amiga Nita,

    Efectivamente é como dizes: "A roubalheira, a corrupção, a mentira, o faz de contas tomaram conta do nosso país".

    E para distrair as atenções da população dos graves problemas nacionais, vem a "Pandemia do Lucro" (como já lhe chamam) e a hipnose dos futebois, entre telenovelas e concursos de televisão, para ocupar a população.

    Assim vai nosso país, com a impunidade vergonhosa dos que enriquecem desonestamente no poder, gozando nas barbas do povo, enquanto pagamos a Crise que eles próprios fomentam e originam com a desgovernação.

    Rui Palmela

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