Cresce um sentimento generalizado de antipatia pelos politicos do meu país que se degladiam uns aos outros para chegar ao poder que tanto anseiam numa luta constante cheios de ambição, não olhando a meios para atingir seus fins, desiludindo ou decepcionando os que neles confiam e se sentem traidos pelas suas contradições, além de nunca ninguém ser responsabilizado pelas crises da má gestão dos dinheiros públicos a ponto de um endividamento externo e um défice orçamental que obriga a muitos sacrifícios e austeridade do povo que nunca é poupado e sim eles próprios que já não têm vergonha nem dignidade porque tudo vale para continuarem no poder onde são incapazes de dar bom rumo a esta pequena mas nobre Nação.
Mas se há males que vêm por bem, talvez os portugueses aprendam agora a escolher melhor os politicos que querem sempre governar, sendo verdade que “cada povo tem o governo que merece” e só à custa de muita desilusão se desperta para uma realidade que obriga a viver de forma mais consciente e coerente e não confiar tanto nos que têm arte de discursar e há muito que nos andam a enganar. Os mais sérios e honestos, esses acabam sendo medidos pela mesma bitola porque pertencem a uma classe cada vez mais mal vista e detestada pelo povo que está cansado de a suportar.
De resto, já dizia o grande escritor português Guerra Junqueiro sobre a classe politica do seu tempo o seguinte:
... ”Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia (...) donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis (...)”
Concluia o escritor que eles, os politicos, governam com “Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre, - como da roda duma lotaria”.
Terminando por dizer que... ”A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (esquerda ou direita), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero e não se amalgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento - de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar..." (in "Pátria", 1896)
Mais actualizadas estas palavras não podiam estar no século actual por tudo o que se passa em Portugal.
Enfim, penso que está na hora do povo português acordar e tomar os destinos em suas mãos unindo-se nas dificuldades e não se deixarem dividir tanto pelos politicos, quer estejam no poder ou na Oposição. É esse o meu voto de cidadão.
Pausa para reflexão!
Rui Palmela
Oxalá o FMI venha colocar essa gente toda na ordem impondo regras que dificultem continuarmos a pagar os luxos e despesismos do Estado.
ResponderEliminarPara quê tantos Ministros e Secretários de Estado e seus Acessores e Directores-Gerais e tantos carros top de gama e etc. E tantos Deputados na A.R. a pesar no Orçamento. Esses é que deviam ser os primeiros a ser sacrificados.
Concordo, caro Zézinho. Não há moralidade nenhuma num país que faz figura de rico sendo pobre gastando mais do que pode ou vivendo acima de suas possibilidades como tem acontecido.
ResponderEliminarAlgum dia as coisas tinham de acontecer mas esses senhores saiem sempre de bolsos cheios enquanto o povo vai pagando seus luxos e privilégios do poder. Nisso todos se entendem, da esquerda à direita, tal como verificámos em pleno ano de crise em que se realizaram 3 eleições com gastos supérfluos de milhões de euros atribuidos a todos os partidos, enquanto o povo passa mal.
Não há moralidade nenhuma. Venham outros de fora colocar alguma...
Tanto aí, como aqui (no Brasil), ocorre o mesmo.
ResponderEliminarNão será essa a nossa hora?
A hora de nós, homens de bem, adentramos por esse caminho, a fim de atrapalharmos os bandidos que são eleitos pelo voto daqueles que não escolhem bem?
Alfeu