sexta-feira, 15 de abril de 2011

UM POVO QUE NÃO SE GOVERNA NEM SE DEIXA GOVERNAR...



«Há, na parte mais ocidental da Ibéria, um povo muito estranho que não se governa nem se deixa governar!»

Esta foi uma frase escrita por um general romano (Galba) que teria sido um dos primeiros governadores na península Ibérica que se referia aos lusitanos (os actuais portugueses) chefiados na altura por Viriato.

Essa frase pode ser aplicada hoje pelos ‘governadores’ da Europa Comunitária em que Portugal é membro com um governo gastador chefiado por José Sócrates. A diferença é que Viriato era visto e respeitado como um herói que lutava pelo seu povo enquanto José Sócrates julga-se um herói nacional que até hoje foi o pior governante e 1º Ministro de Portugal, mas diz que ainda está para nascer aquele que seja melhor que ele...

Enfim, apesar de sermos hoje um país cheio de dívidas, somos um povo gastador que ainda não se sabe governar e pedimos dinheiro ao estrangeiro sem sabermos como e quando iremos pagar, em vez de produzir mais e trabalhar. Mas para isso, defendem muitos, que temos de sair da zona Euro e recuperar nossos sistema produtivo (Industria, Agricultura e Pescas) e reduzir o número de feriados e ‘pontes’ que os prolongam, já que somos o país da Europa (ou do Mundo) com maior número de dias de descanso contrastando com a realidade de um país endividado até aos ossos, que gasta mais do que produz, não havendo também uma politica de poupança no cenário nacional.

Aliás, no ano passado, por exemplo (2010), em plena crise, os portugueses gastaram mais dinheiro do que no ano anterior, tendo mesmo acelerado a compra de carros novos no último trimestre enquanto na Europa descia ou diminuia... Isto nada teve a ver com melhoramento da nossa economia, mas sim falta de poupança porque o pensamento de muita gente é ter e gastar até poder ou não ter mais e pedir emprestado ficando a dever. Este é o drama de muitas familias (de classe baixa) que agora vivem mal devido ao Desemprego histórico em Portugal.

Por outro lado, existe também “uma burguesia média e média-alta citadinas para quem a máxima é gozar a vida, sem horizontes nem amanhãs. Parece que três deuses enchem por completo o coração desta gente: ter, prazer e poder. Valores? Que valores? Cada um que se safe! Egoístas até ao fundo, só pensam no seu próprio bem-estar, o resto é paisagem. E se pensarmos que é esta gente que, através de lobbys bem organizados e pouco ou nada transparentes, está por trás dos decisores políticos, económicos e jornalísticos, compreendemos que estamos bem entregues... A crise começa na ausência de valores e derivam daqui as muitas crises económicas e sociais”.

Concordo plenamente com este pensamento de alguém que tal como eu escreveu no seu Blog (Viriatus) onde entrei casualmente quando buscava algo na Internet que desse titulo ao meu artigo de hoje. E concordo ainda com a mesma pessoa quando diz que...

”Às vezes parecemos um povo infantil: só causas concretas e imediatas nos movem. Somos capazes de fazer uma manifestação porque na cantina de uma escola foi encontrada uma lagartixa na sopa (ou falta papel higiénico no WC), mas nunca nos movimentamos por valores éticos. Como é que um povo sente uma minoria de privilegiados a ganhar fortunas e não se revolta, quando no mesmo país há reformas de miséria que não dão sequer para os medicamentos?”

Isto não é dizer mal de Portugal nem dos portugueses, mas sim dos maus governos e governantes que não têm zelado pelo bem do país e de seu povo, nem tão pouco se sacrificam nas dificuldades e esbanjam dinheiros públicos que dariam para um melhor Estado Social e não pedir tantos sacrifícios aos outros, aos mesmos que já passam mal.

Entretanto, elegemos o melhor pastel de nata e muitos andam felizes com seus clubes campeões que ocupam a maior parte dos telejornais onde se fala tanto de futebol e onde a crise parece passar ao lado, ao mesmo tempo que os politicos não se entendem sobre a ajuda externa que está sendo preparada pelos técnicos do FMI, BCE e UE,  que estão no país para avaliar a situação.

Quem observa Portugal no momento actual, fica com a ideia de que o povo português parece estar desligado da realidade ou anda no mundo da lua despreocupado com o que se está a passar. Tal como dizia aquele general romano somos ainda aquele mesmo povo “que não se governa nem se deixa governar”...

Rui Palmela

5 comentários:

  1. Sério Problema...
    Sinceramente não sei se o povo português tem falta de interesse, se não entende, se faz de conta que não entende, se não está para se chatear ou, simplesmente deixa andar...
    Sinceramente isto faz-me muita confusão... e sem compreender isto, posso caír em erro ao tecer algum comentário.
    O certo é que Portugal está no estado que está e não estou a ver o povo Português a preocupar-se muito com isso, ainda por cima em ano de eleições! Chegada a hora de exercer o seu dever e votar, a cruzinha será nos mesmos. Não seria melhor votar em branco? ou nulo? ou não votar?...
    Sinceramente também não sei... acho que neste país o voto já não serve para nada...

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  2. Dita Engrossa16 abril, 2011

    Somos e mesmo uns desgovernados!!!!!!!!!!

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  3. Sim, isso é um facto amiga Dita Engrossa, muita gente é desgovernada por viver acima de suas possibilidades sem contarem com eventuais problemas que possam surgir e aí ficam 'entalados' como está a acontecer no nosso país de norte a sul.

    Lembro-me de resto que o governador do Banco de Portugal há uns anos atrás chamou a atenção para esse facto de que a maior parte dos portugueses estavam sobreendividados pelos pedidos de empréstimos bancários para tudo e mais alguma coisa, inclusive para passar férias no estrangeiro. Conheço casos em minha familia de cartões de crédito muito utilizados que agora saiem caros por muitos anos. Os bancos também são culpados, mas o governo foi o pior dos exemplo de despesismo que agora estamos todos a pagar. Essa é a verdade!

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  4. pois... todos temos culpa em geral e ninguém tem culpa em particular.

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  5. "... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os nossos gestores recebem, em média:

    - mais 32% do que os americanos;

    - mais 22,5% do que os franceses;

    - mais 55 % do que os finlandeses;

    - mais 56,5% do que os suecos"

    (dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)


    E são estas "inteligências" que chamam a nossa atenção afirmando:

    "os portugueses gastam acima das suas possibilidades".

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