segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

OS SEM ABRIGO DO MEU PAÍS

No DN online vem um artigo de Joana Rei sobre os sem-abrigo do meu país que ninguém sabe ao certo quantos são e que nestas alturas do ano são mais lembrados talvez devido à época natalícia que vivemos ou quando o frio aperta mais e pensamos nesses pobres marginalizados, sem nada, da nossa Sociedade.

Louvo por isso o trabalho voluntário de todos aqueles que no seu anonimato prestam serviço diário, o ano inteiro, oferecendo comida que mata a fome do corpo e também conforta a alma dos que agradecem a companhia de quem estende a mão ao seu irmão.

Os Médicos do Mundo criaram o projecto Noite Saudável em 2001 para ajudar uma população cujo número real ainda não é perfeitamente conhecido, pois não são apenas os toxicodependentes e alcoólicos que vivem “debaixo da ponte” ou das arcadas dos edifícios públicos em Lisboa, mas também muitos cidadãos imigrantes que vieram para Portugal (nomeadamente dos paises de Leste) à procura de melhor vida e não tiveram melhor sorte, juntando-se aos que já existiam em situação de miséria, muitas vezes procurando comida nos contentores do lixo.

Outros há também que não sendo “sem-abrigo”, mas o dinheiro não abunda devido às magras reformas que milhares de portugueses recebem donde se tira uma grande fatia para pagarem a casa ou um quarto onde vivem (muitos em solidão), sendo certo que grande parte dos idosos gastam tudo na farmácia pagando já a prestações os remédios que tanto precisam. Esta é a verdade!

Por isso, muita gente recorre às dependências da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Caritas, e outras organizações que distribuem refeições diariamente pelos mais carenciados da sociedade. Infelizmente não são destes cidadãos (portugueses ou estrangeiros – para mim são todos seres humanos) que os governos de qualquer país se compadecem mas sim dos que já têm demais ou o suficiente para viver, pois essa é a conclusão que todos tiramos nestes tempos de ‘Crise’ em que tantos milhões de euros aparecem agora de todo o lado para salvar os ricos da Banca ou os Bancos que estão falindo devido à imoralidade de um sistema capitalista que está chegando ao fim deixando um rasto de desigualdade social onde a riqueza e o fausto de uns contrasta com a pobreza, fome e miséria de outros.

Enfim, resta cada vez mais às organizações particulares de beneficência ou solidariedade social, com homens e mulheres de boa vontade fazendo trabalho voluntário com amor e bondade, mostrando aos governantes do meu país aquilo que eles próprios deviam fazer ocupando-se em primeiro lugar com os cidadãos mais deserdados e desgraçados que passam mal em Portugal. Mas os farsantes da governação deviam era ser todos responsabilizados pelo tempo que passam no poder sem nada fazer verdadeiramente para o bem do Povo da nossa Nação.

Pausa para reflexão!

Rui Palmela


2 comentários:

  1. o Natal é um dia sagrado, e todos os dias são sagrados pelo facto simples de respirarmos.A humanidade devia baptizar todos os dias como o dia de Natal, pois Jesus não nasceu só neste dia, ele vive todos os dias, porque é todos os dias que ele morrer - Jesus relativizado tal como descreve paulo de Tarso.
    Em cada dia que acordamos devemos agradecer esta vida que nos foi infundida no corpo.
    Para que vivemos ?Será esta a resposta à pergunta que advém da justificação de existirmos:
    Em cada dia deve surgir a grandiosa questão : Quem somos ?

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  2. É Natal

    É Natal nos nossos lares
    Neste mundo de avareza...
    Onde uns comem manjares
    E a outros falta pão na mesa...

    I
    No piscar vasto e garrido,
    Das luzinhas coloridas...
    Vejo as ruas mais fingidas,
    E o coração mais dorido...
    Penso só e comovido,
    Nos presépios dos azares...
    Que contrastam com altares,
    Mostrando o que tenho visto...
    E por isso digo a Cristo,
    É Natal nos nossos lares...

    II
    As canções a condizer,
    Com a paz e os sininhos...
    Muitas prendas e anjinhos,
    Que se trocam por prazer...
    Como é bom este viver,
    Neste luxo e na riqueza...
    Contrastando com a pobreza,
    Que se mostra nos seus ais...
    São assim estes Natais,
    Neste mundo de avareza...

    III
    Lá na árvore mais alta,
    Que se fez nesta nação...
    Brilha toda a ostentação,
    Quando tanta coisa falta...
    Como as luzes da ribalta
    Ofuscadas por pensares...
    Existindo outros lugares
    Com mais prendas no estendal...
    E vai mais o pai Natal
    Onde uns comem manjares...

    IV
    Nos festejos Africanos
    Chora a festa, e chora Deus...
    Lágrimas, que os filhos seus,
    Fazem correr nos humanos...
    No Natal, de tantos danos,
    Brilha mais a incerteza...
    Com a vergonha bem acesa,
    É Natal em toda a parte...
    Onde os bons sofrem enfarte,
    E a outros falta pão na mesa...


    António Prates
    (In Sesta Grande)

    E já que aqui estou, aproveito para desejar a todos quanto se deliciam neste espaço de cultivo, um Natal repleto daqueles sorrisos que dispensam palavras e que exultam a saúde interior que há em nós!

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