terça-feira, 6 de setembro de 2011

A TAXAÇÃO DA "FAST-FOOD" EM TEMPO DE CRISE




O Bastonário da Ordem dos Médicos do meu país veio a público dizer uma coisa que digo desde há muitos anos, ou seja, a maior parte das doenças estão relacionados com uma má forma de alimentação e isso seria evitável se as pessoas comessem mais saudavelmente, mudando seus hábitos de vida. Ele vai mesmo ao ponto de defender uma taxação na “fast-food” como forma de financiar o SNS (Serviço Nacional de Saúde) que corre risco de insustentabilidade devido à crise que obriga a fazer cortes nas depesas hospitalares e afins que pesam no Orçamento do Estado, ou seja, no bolso de todos os portugueses.

Aplaudo por isso a ideia do Bastonário da Ordem dos Médicos que parece ter tido hoje um ‘vislumbre’ que certamente vai ser repudiado pelos interesses inconfessáveis dos que lucram com o número de doentes no meu país onde 90% da diabetes, 80% das doenças do coração e AVCs, 70% dos cancros no cólon,  tem suas origens nos erros e excessos alimentares.

Estes números não foram inventados por mim, pois que os ouvi no dia 5-10-2011 numa entrevista na TVI24 ao Dr. José Manuel Silva que referiu esses dados estatisticos com base em estudos recentes sobre a nocividade da "fast-food" e outros alimentos consumidos em Portugal, cheios de gorduras saturadas e excesso de sal, bem como excesso de açucar e bebidas açucaradas (tipo coca-cola e outras) muito apreciadas.

Portanto, tudo isto vem corroborar minha tese que defendo há muito tempo de que os portugueses deviam reaprender a comer para saber viver. E hoje a crise vai obrigar a isso, podem crer, pois o que não se aprende duma forma aprende-se de outra.

Muita gente acha mesmo que “passar fome” é deixar de comer carne e doçarias que os jovens e crianças estão habituados a consumir todos os dias. Os pais, em grande parte são responsáveis pela saúde dos filhos e também deviam corrigir seus hábitos alimentares que não são os melhores. Hoje vejo ambos frequentarem juntos as famigeradas lojas Mcdonalds que invadiram o mundo inteiro, até a China onde as crianças asiáticas passaram a padecer dos mesmos males de Obesidade e outros problemas de saúde que eram desconhecidos ou inexistentes no seu país. É o preço da ‘globalização’ até na alimentação, perdendo-se para a saúde que em Portugal vai muito mal.

Seria bom, pois, que o governo pensasse e considerasse tudo isto apostando mais na prevenção, tornando as pessoas mais saudáveis, porque um país de doentes não sairá facilmente da crise que atravessa. E acho bem sim que se faça uma taxação  à “fast-food” ou todos os alimentos considerados nocivos à saúde, tal como já se faz em relação ao álcool e tabaco. Do mesmo modo, devia fazer-se a mesma coisa em relação à publicidade enganosa.

De resto, sou de opinião que se devia até ‘premiar’ as pessoas que melhor cuidam de sua saúde, incentivando outras a fazerem o mesmo e assim aliviarem-se despesas do Orçamento que poderiam ser utilizadas para outros fins.

Fica aqui mais esta questão,

Pausa para reflexão!

Rui Palmela



9 comentários:

  1. E nem é barato como as pessoas pensam! Mesmo em centros comerciais, há opções pelo mesmo preço ou mais baratas, como saladas, sopa + 1 fatia de quiche, etc. Mas o que eu acho mesmo criminoso é esses "restaurantes" oferecerem brinquedos com hamburgueres e batatas fritas gordurosas. Como é possível ser esse o menu para uma criança?
    Abraço,
    Madalena

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  2. António Maria C. Marialva06 setembro, 2011

    Amigo e irmão Rui Palmela.

    Pela enésima vez fiz uma dissertação salutar e pela enésima vez fui "censurado".

    O Rui não costuma me censurar, mas o Google, atualmete denominado DEUS bloqueia mais que que o Busch que compactuou com o ataque do 11/09 que assistí ao vivo!

    Estava a falar sobre as mulheres que comem mais que as baleias que destruímos e aos bois que comemos indiscriminadamente...

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  3. Caros amigos,

    Começo por concordar com o que diz a Madalena sobre a forma ardilosa como agem os responsáveis pela Obesidade infantil no nosso país, incluindo os próprios pais que deviam ter mais atenção e zelo pela saude de seus filhos não pactuando com o 'esquema' montado para o lucro que não se compadece com a saúde e qualidade de vida das pessoas. Portanto, é preciso estar atentos.

    Caro amigo António Marialva, irmão do outro lado do Altântico, achei graça por dizeres que pela "enésima" vez foste censurado pelo Google. Já te alertei para dividires os comentários longos em duas ou 3 vezes, sob risco de perderes tudo se não fizeres copy antes de os colocares.

    De qualquer forma, o que chegou aqui eu decidi também separar as coisas e deixar passar apenas aquilo que se enquadra no assunto em debate deixando o resto para o dia 11/9 que prometo publicar algo sobre esse dia para poderes dissertar à vontade.

    Um grande abraço

    RP

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  4. Eu sempre achei que em Portugal a grande maioria da população tivesse uma rotina alimentar saudável.

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  5. Já foi assim, caro Will, o povo português tinha essa 'rotina alimentar saudável' que referes, a chamada "Dieta Mediterrânica" que entretanto foi degenerando para hábitos alimentares pouco saudáveis e por isso somos hoje um país de obesos, diabéticos, hipertensos e está aumentar cada vez mais o número de doenças oncológicas (cancer) nas crianças e adultos.

    A doença de Crohn (inflamação generalizada no trato intestinal) também está surgindo em muitos jovens apreciadores da chamada "comida de plástico" que passou a ser sua 'rotina alimentar'.

    Portanto, perderam-se os bons hábitos pela 'globalização' da "fast-food", essa comida norte-americana tão disseminada pelo mundo, causadora de tantos problemas de saúde do ser humano, a par de outros males e excessos que já existiam e se agravaram nos últimos anos.

    Mas talvez tenha de ser assim mesmo, o mundo precisa eliminar grande parte da População e essa não se fará tanto por guerras e sim pela boca dos homens que cavam a sepultura com seus próprios dentes...

    Um abraço

    RP

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  6. Nita Ferreira11 setembro, 2011

    Rui, assino em baixo desta tua crónica e volto a assinar quantas vezes seja necessário porque a fast food é um veneno, um veneno mesmo, uma calamidade dos nossos dias. É triste ver, para além dos adultos, os jovens, os adolescentes e as criancinhas a arrastarem quilos de gorduras nos corpos cada vez mais doentes, com as doenças que antes eram características da terceira idade. Triste realidade!
    E esta? Vê este artigo sobre o Big Mac que NUNCA apodrece! Um horror!

    http://theebonyangel.blogspot.com/2

    Um abraço

    Nita

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  7. Tens toda a razão, amiga Nita, essa alimentação é um 'veneno' para a saúde que a própria O.M.S. devia proibir. Mas os interesses económicos falam mais alto e ninguém consegue combater esse grande flagelo do século XXI, a Gastronomia Doentia que está matando mais pessoas do que todas as guerras da Humanidade. Enquanto isso morrem milhões à fome... É este o Paradoxo da nossa Sociedade.

    Um abraço do coração.

    Rui Palmela

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  8. O tinha uma ideia: é deixasse de ser obrigatório comer fast food...
    E que se desse o poder a todas estas pessoas que aqui escrevem com vontade de controlar ao que os outros fazem.
    Já agora: e o que fazer nos milheres de cafés, tascos, restaurantes, bares e lojas onde se vendem pregos, hamburgueres da casa, omeletes, coiratos, farturas, etc.etc.?

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  9. Criámos o 'monstro' e agora não sabemos como nos livrarmos dele e ele nos mata com seus males para conseguir sobreviver... A solução é deixá-lo de alimentar!

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